sábado, 27 de dezembro de 2008

That's it.

Acabou mais um ano. E outro está começando. Eis que chega a grande festa, “a grande virada”. Convidados, champanhe, música, animação e principalmente, promessas de fim de ano. Ah, pobres mortais que somos, não mudamos mesmo! Todo ano novo é igual. Pode não haver convidados, pode não ser estourada a champanhe, pode estar tudo escuro, tudo parado, sem musica, festa, fogos. Mas algo existe dentro de nós que não muda. O desejo de mudar. Redundante a minha colocação? Nem tanto. Por mais que queiramos disfarçar, todo ano existe uma expectativa de melhora em relação ao anterior. Isso está em nós, não há o que mudar. Toda festa de fim de ano é igual. Pode não ter champanhe, mas tem sete ondas para pular. Pode não ter praia, mas sempre tem três uvas para comer. E se não tiver uva, sempre tem uma romã ou um pouco de lentilha que alguém preparou. Não, ninguém preparou? Então no mínimo temos a roupa branca, para trazer paz, aquela calcinha amarelinha, que trará dinheiro, ou ainda, porque não, algo vermelho, para evocar a grande paixão que tarda em chegar. No final das contas, sempre ansiamos por algo. E esse ano não será. Passada a festa, passada a bebedeira, os vexames, as brigas, os risos, os fogos, entraremos no novo ano com ânimo revigorado, com ar de vencedores, fazendo promessas mil, que não poderemos cumprir. Todo mês de janeiro queremos começar um regime. Não, melhor que isso! Passaremos horas e horas ardendo em saunas e queimando as calorias – e o salário – em academias que não freqüentamos por mais de duas semanas. Admitamos: nós nunca conseguimos cumprir todas as promessas feitas na euforia da grande festa. E chegamos até a acreditar que os outros cumprirão as suas promessas também, como aquele noivo que diz que se casará em breve, ou aquela vizinha que promete nunca mais pedir aquela sua bolsa, que combina direitinho com o sapato dela. É, todos prometem. E ninguém cumpre.
Mas vamos mudar o enfoque da questão. Vamos imaginar um mundo pessimista. Vamos pensar que esse ano será ainda pior que o ano passado. Não vamos mais pensar em emagrecer, desistamos de casar, vamos esquecer de tudo o que nos faz bem. Nada mais é possível. Não adianta nem tentar. Para quê começar uma faculdade, se não teremos emprego?. E para que ter um emprego, se o dinheiro não será suficiente para sustentar uma família? Aliás, para que criar uma família? Só para colocarmos mais sofredores no mundo? Vamos pensar assim. Vamos ver um futuro negro em nossa vida. Vamos ver um grande vácuo em toda a existência. Não vamos mais nos preocupar com nada que nos faça feliz, pois o ano passado não foi completamente bom e esse será ainda pior. Será que é essa a saída? É estranho, mas apenas depois de mudarmos o enfoque da questão é que podemos perceber o grandioso valor das promessas de ano novo. Afinal, quem se importa se vamos conseguir realmente cumprir todas elas? O mais importante é que estamos vivendo e sonhando. E a cada queda que a vida nos dá, é nos sonhos que nos apoiamos para levantar e seguir em frente. E ao levantarmos, podemos notar toda a nossa capacidade de luta. Vamos sorrir para a vida, mesmo nos pequenos atropelos que temos, afinal, toda vez que tropeçamos, somos jogados com força para a frente. Essa é a função de toda a dificuldade que passamos. Nos impulsionar para a vitória. Sei que os tempos são difíceis para os sonhadores, e que muitos já perderam a capacidade de sonhar. Mas há sempre algo ou alguém que nos faz ir além. Faça valer a pena.

3 comentários:

CLARIDÃO disse...

Valeu a pena ler.!

Caco disse...

Ontem deu a louca no meu pc e acabei não comentando...!

Adorei o post..!
O importante é não fazer promessas, não criar expectativas, e deixar que as coisas aconteçam naturalmente.. afinal, quanto maior a expectativa, maior será a queda se não for atingida; ao passo que se nada esperamos, tudo é lucro x]

te amodoro :*

Carla disse...

Já que sonhar é de graça, temos mais é que fazer uso disso mesmo! \o/